A Polícia Civil do Tocantins (PC-TO) realizou nesta sexta-feira, 08, na zona rural de Paraíso do Tocantins, a reprodução simulada de um crime de homicídio e ocultação de cadáver que vitimou Rogério Gomes Luzivotto, de 41 anos.
O corpo da vítima, que estava desaparecida desde o mês de novembro de 2019, foi localizado as margens de uma estrada vicinal na zona rural da cidade de Paraíso já em estado esquelético, há algumas semanas, sendo que, na última sexta-feira 1º, a PC-TO, efetuou as prisões de dois homens suspeitos de serem os autores do crime.
Os trabalhos da Polícia Civil foram coordenados por perito do Núcleo de Criminalística de Paraíso e contaram com apoio de policiais civis da 6ª Divisão de Combate ao Crime Organizado (6ª DEIC) e da 6ª Delegacia de Atendimento à Mulher, ambas de Paraíso.
Os trabalhos periciais tiveram início às 10h, quando o perito do núcleo de Criminalística passou a realizar as entrevistas com investigados e testemunhas, que iriam participar da reprodução simulada. O trabalho é fundamental importância, pois visa confrontar as versões que serão dadas antes do trabalho pericial, com aquelas que serão reproduzidas nos locais do crime.
Em seguida, as equipes foram até o local, situado a cerca de 10 km de Paraíso, na rodovia que liga a cidade ao município de Monte Santo, onde funcionava o restaurante onde a vítima trabalhava e foi morta. A reprodução simulada foi solicitada pelo delegado Antônio Onofre e teve a finalidade de confrontar as versões apresentadas pelos supostos autores do crime com as provas colhidas durante a investigação e os laudos que fazem parte do inquérito policial.
Durante aproximadamente cinco horas, os dois suspeitos apontados como os autores do crime, e que aceitaram participar da reprodução, forneceram detalhes de como os fatos ocorreram, os quais resultaram na morte da vítima, que, inicialmente, foi atingida no próprio restaurante por um golpe de barra de ferro na cabeça.
Após ficar inconsciente, o corpo de Rogério Luzivotto foi colocado na caçamba de uma camionete e levado até um local, a cerca de 10km do restaurante onde foi desovado. Porém, antes de ser coberto por folhas, a vítima teve a cabeça esmagada com uma pedra, culminando em sua morte, já que ao ser transportada para o local, a vítima se contorcia de dor e clamava por ajuda.
As investigações da 6ª DEIC apontaram que na noite do crime, os autores voltaram ao local onde o corpo estava e atearam fogo ao mesmo, após colocar vários pneus por cima do cadáver.
Além de ouvir os dois investigados, que deram suas versões de como os fatos ocorreram, o perito oficial, responsável por conduzir os trabalhos de reprodução sobre o homicídio, também reproduziu as versões contadas por duas testemunhas que estavam no local dos fatos e puderam contribuir para a total elucidação do crime.
A reprodução simulada dos fatos foi realizada visando dirimir eventuais dúvidas surgidas durante as investigações, tendo em vista que os suspeitos apresentaram versões diferentes para os eventos que culminaram na morte da vítima Rogério Gomes.
“Com a realização da perícia foi possível esclarecer todas as dúvidas que ainda restavam sobre os momentos e posições em que se encontravam todos os envolvidos na suposta briga que teria dado origem à prática do homicídio”, disse o delegado.
Dessa forma, por meio do trabalho pericial foi possível obter novos elementos que irão auxiliar nas investigações que já se encontram em estágio final de conclusão. O delegado também afirma que existe a possibilidade de participação de outra pessoa no crime, fato que está sendo apurado.
De acordo com delegado Antônio Onofre, a reprodução simulada produziu um resultado satisfatório e reforçou ainda mais os elementos de participação dos dois principais envolvidos no crime. Por meio da ação, foi possível estabelecer toda a dinâmica de como se deram os fatos, bem como a real participação de cada um dos envolvidos.
“Apesar de somente um dos autores ter confessado a prática do crime, todos os elementos colhidos hoje durante a reprodução simulada apontam para a efetiva participação ativa do dono do restaurante em todos os atos que levaram à morte da vítima”, disse o delegado.
Na oportunidade, o delegado responsável pelo inquérito, que apura o crime, aproveitou a oportunidade para agradecer o empenho e dedicação do perito, que foi o responsável por conduzir os trabalhos periciais durante a reprodução simulada. “A parceria com as equipes periciais, que atuaram no caso foi de fundamental importância para que seja possível sanar todas as dúvidas que ainda restavam. Desse modo, os laudos que serão produzidos em muito auxiliarão a Polícia Civil no sentido de esclarecer toda a dinâmica do crime”, destacou.
Se condenados pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, os dois principais suspeitos podem pegar uma pena de reclusão de mais de 30 anos. Um terceiro envolvido no crime continua sendo investigado sob suspeita de ocultação do cadáver.